quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Prémio Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil 2010

A escritora de literatura infantil e juvenil Luísa Ducla Soares é a candidata portuguesa escolhida pela DGLB para o VI Prémio Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil de 2010 cujo objectivo é promover o trabalho de escritores vivos com obra de reconhecida relevância literária dedicada e jovens e crianças, escrita em português ou espanhol. Os finalistas serão anunciados em Outubro e a entrega do prémio ocorrerá na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México.

Luísa Ducla Soares (que esteve connosco em Fevereiro, lembram-se aqueles que tiveram o prazer de estar com ela à conversa) é autora de mais de 100 livros infantis, ultrapassando alguns deles a dezena de edições. É, pois, com todo o mérito, a candidata portuguesa ao VI Prémio Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Documentário Babies

Baseado na idéia original de Alain Chabat, o documentário Babies acompanha simultaneamente 4 bebés nascidos na Namíbia, na Mongólia, em Tóquio e nos Estados Unidos, desde o nascimento até aos primeiros passos.
A estreia nos EUA foi em Abril deste ano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Miguel Torga (1907-1995)

Adolfo Correia da Rocha, que seria conhecido por Miguel Torga, nasceu em 12 de Agosto de 1907. .

Liberdade
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— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
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— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
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Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido,
e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
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Miguel Torga, in 'Diário XII'

Dia Internacional da Juventude

Na sequência da Resolução nº 54/120 e da recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude (realizada em Lisboa, em Agosto de 1998), o dia 12 de Agosto foi instituído o Dia Internacional da Juventude.
A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou, em 18 de Dezembro de 2009, uma resolução A/RES/64/134 que proclamou o ano que se inicia no dia 12 de Agosto de 2010 e terminará a 12 de Agosto de 2011 como o Ano Internacional da Juventude sob o lema “Diálogo e Compreensão Mútuos”.
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Um texto magnífico de Júlio Dantas sobre a juventude e a velhice:
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O Talento na Juventude e na Velhice
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Nada menos exacto do que supor que o talento constitui privilégio da mocidade. Não. Nem da mocidade, nem da velhice. Não se é talentoso por se ser moço, nem genial por se ser velho. A certidão de idade não confere superioridade de espírito a ninguém. Nunca compreendi a hostilidade tradicional entre velhos e moços (que aliás enche a história das literaturas); e não percebo a razão por que os homens se lançam tantas vezes reciprocamente em rosto, como um agravo, a sua velhice ou a sua juventude. Ser idoso não quer dizer que se seja necessariamente intolerante e retrógado; e engana-se quem supuser que a mocidade, por si só, constitui garantia de progresso ou de renovação mental.

(…) Juventude e velhice não se opõem; completam-se na harmonia universal dos seres e das coisas. A vida não é só o entusiasmo dos moços; nem só a reflexão dos velhos; não está apenas na audácia de uns, nem apenas na experiência dos outros; realiza-se pela magnífica integração das virtudes contrárias, sem a qual não seria possível, em todo o seu esplendor, a marcha da humanidade. Que se ganha em cavar um abismo entre mocidade e velhice, se uma é, fatalmente, o prolongamento da outra; se o que passa de mão em mão é, afinal, o mesmo facho aceso, como na corrida ritual da Grécia antiga; e se, bem vistas as coisas, não está de nenhum modo provado que os novos sejam intelectualmente os mais novos, e os velhos os mais velhos?
(…) A paz entre idades sucederá um dia, decerto, à paz entre as nações - quando a velhice egoísta reconhecer, finalmente, que não deve menosprezar os moços, antes facilitar-lhe o caminho da vida, e quando, por seu turno, a juventude impaciente chegar à convicção de que não é atropelando nem injuriando que se vence, e de que, quando os jovens se instalaram no planeta - já os velhos o habitavam.
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Júlio Dantas, in "Páginas de Memórias"

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Verão a ler dá saúde e faz crescer

Beija-Mim, de Jorge Araújo
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Benjamim tem doze anos e a promessa do primeiro beijo. Aos poucos, descobre que beijar é uma arte. Mais difícil de aprender do que as lições de matemática. Em casa, ninguém o pode ajudar, há muito que os pais vivem divorciados de afectos. Na rua, não encontra nenhuma lição, os amigos só conhecem conquistas de bandido. No gueto, o amor nunca é prioridade. Aproxima-se o momento mais importante da sua vida e Benjamim está sozinho. O primeiro beijo é aquele que fica para a história, que se atrela à memória. Ele quer estar à altura, não pode fazer má figura. Mas tem mais dúvidas do que certezas. Um beijo é seco ou molhado? De olhos fechados ou abertos? Para que serve o coração?
Beija-Mim é um livro para sobre a importância dos pequenos nadas. A fantasia da inocência, o desassossego da primeira vez. A verdade das palavras. O instante mágico em que a excitação toca a angústia, num fogo-de-artifício de emoções difícil de esquecer.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Hiroshima

Após um ultimato sem resposta por parte do império japonês, a 2 de Agosto de 1945 os EUA decidiram usar a sua mais nova e poderosa arma, a bomba atómica, sobre a cidade de Hiroshima, tendo morrido no momento da explosão mais de 70 mil civis.
Três dias depois foi a vez de Nagasaki ser também destruída.
Nos anos subsequentes, milhares de japoneses morreriam em consequência das elevadas radiações, de cancros e outras mutações genéticas resultantes do ataque.
Hiroshima construiu museus e memoriais em toda a cidade para recordar os ataques e homenagear as vítimas e o local onde caiu a bomba recebeu o nome de Parque Memorial da Paz, tendo sido considerado pela Unesco ‘património mundial', em 1996.
Todos os anos o Parque é palco de cerimónias em honra das vítimas do bombardeamento e dos hibakusha - nome que dão aos sobreviventes ao ataque - que são, actualmente, cerca de 200 mil.
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Foi há 65 anos... mas a (des) humanidade nada aprendeu!
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O poema de Vinicius de Moraes na voz de Ney Matogrosso.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Zeca Afonso

A 2 de Agosto de 1929, nasceu José Afonso, de nome completo José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nasceu em Aveiro, filho de José Nepomuceno Afonso, magistrado, e de Maria das Dores, professora primária.
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Quem foi José Afonso e que importância teve como cantor, compositor e poeta? Qual foi o papel dos cantores da Resistência na preparação do 25 de Abril de 1974 e na consolidação da democracia em que vivemos há 36 anos? De que forma contribuiu o trabalho dos cantores de intervenção para a divulgação da obra de grandes poetas como Sophia de Mello Breyner, Natália Correia, António Gedeão, Manuel Alegre, José Gomes Ferreira ou Carlos de Oliveira? O que era cantar em nome da liberdade num país onde ela não existia?
Eis algumas das perguntas a que este livro, escrito a pensar nos leitores jovens, pretende dar resposta, tendo em conta que aqueles a quem se destina pouco ou nada sabem desse tempo.
Misto de testemunho e de memória pessoal, Zeca Afonso e a Malta das Cantigas tem como autor José Jorge Letria, jornalista e escritor com vasta obra publicada e premiada, que foi, ao lado de José Afonso, Manuel Freire, Francisco Fanhais, Adriano Correia de Oliveira, entre outros, um dos mais destacados cantores da Resistência, com vários discos publicados antes e depois do 25 de Abril.
Zeca Afonso e a Malta das Cantigas não é só um livro sobre cantores e canções, é também um testemunho vivo de um tempo em que Portugal e os Portugueses viviam privados das liberdades fundamentais.