Dia das Bibliotecas Escolares
O Plano Nacional de Leitura 2027 felicita as Bibliotecas Escolares portuguesas pelo seu trabalho diário de formação de leitores.
A
biblioteca escolar destaca-se pela sua centralidade física e simbólica,
constitui-se como um espaço físico e digital aberto, onde todos são
bem-vindos, incrementando a ideia de uma cultura de leitura e escrita
nas escolas.
Aprender a ler e ler para aprender são processos fundadores indissociáveis da ideia de educação. É
necessário que na escola se leia de todas as maneiras, de forma
autónoma e orientada, individualmente, a par e em grupo, em voz alta e
silenciosamente, de forma extensiva e intensiva, sempre e em todo o
lado, para aprender a manejar a informação de forma ética e crítica,
estruturar o conhecimento, melhorar a aprendizagem e aumentar o sucesso
educativo.
Com
o objetivo de dar resposta a esta necessidade, o Plano Nacional de
Leitura e as bibliotecas escolares juntam esforços para,
colaborativamente, promoverem:
- a inclusão de períodos diários para a prática individual da leitura pelos alunos, com a iniciativa "10 minutos a ler";
- a gestão e o empréstimo às turmas de caixas com conjuntos de livros iguais para serem lidos sob a orientação do professor;
-
a celebração de contratos de leitura autónoma com os alunos, tendo em
conta as recomendações e as sugestões do Plano Nacional de Leitura 2027;
- o empréstimo e a circulação de livros entre a escola e a casa dos alunos para a leitura em familia;
- concursos, projetos, iniciativas várias que contribuem para fazer leitores.
1. É
essencial que existam espaços, tempos e oportunidades nas escolas para
estimular o prazer de ler. A aquisição de hábitos de leitura e do prazer
de ler exige uma prática regular da leitura, o envolvimento emocional e
a motivação pessoal dos leitores através de um exercício livre e
voluntário. O acesso facilitado a um espaço de liberdade, de leitura
independente, de iniciativas diversificadas de caráter informal concorre
para estimular o prazer de ler e formar leitores para a vida. Sendo
também um espaço para brincar e aprender de forma recreativa, a
biblioteca escolar desenvolve, através dessa diversão em grupo, as
capacidades intelectuais, linguísticas e socioafetivas dos alunos.
2. Hoje
não basta saber ler. É necessário ler muito bem, independentemente do
que lemos, das razões por que lemos, das linguagens, dos textos, dos
meios, dos suportes e dos lugares físicos ou virtuais em que nos
encontramos, e para isso é exigida uma competência muito sólida em
leitura e escrita. Esta exigência de aquisição de uma nova competência
leitora e de novas literacias implica repensar os ambientes e os modos
de aprendizagem atuais. As bibliotecas escolares têm, neste contexto, um
papel catalisador.
3. A
biblioteca escolar é um espaço de leitura funcional e informativa,
autónoma, onde se descobre e se sustenta o gosto pelo saber, onde é
possível ler, investigar e usar de forma livre e com segurança todo o
tipo de recursos, impressos e digitais, independentemente do seu formato
e da forma de acesso, presencial ou online.
4. Como
não só de literacia verbal se faz hoje a leitura, é também possível na
biblioteca desenvolver muitas outras formas multissensoriais que se
combinam cada vez mais com a palavra escrita e oral, dando lugar a uma
nova multialfabetização ou transalfabetização que também a biblioteca
deve acolher.
5. A
escrita hoje, induzida por novos ambientes digitais e dispositivos
móveis, faz-se maioritariamente em ecrãs, associando-se cada vez mais à
oralidade e a outras linguagens e formas gráficas e visuais de
comunicar, através do Facebook, do Youtube, do Instagram e de outras
redes sociais. Por exemplo, como estratégia de motivação e pretexto para
o exercício criativo da leitura e da escrita, pode recorrer-se às
práticas correntes de escrita dos jovens em plataformas de Fanfic, grupos de leitura e escrita no GoodReads e Wattpad, produção de booktrailers, aplicações de storytelling, etc.
6. Hoje
em dia, não só consumimos mas também produzimos informação. As
bibliotecas são um espaço de produção e comunicação da imagem e da
palavra, onde é possível aprender a trabalhar com tecnologias,
plataformas e ferramentas digitais para a criação, a representação e a
partilha da informação e do saber, independentemente da sua natureza,
suporte ou formato.
7. A
leitura é uma atividade social e as bibliotecas, um espaço público
comunitário de encontro, empatia e inclusão, onde é possível
socializarmo-nos e abrirmo-nos a outros olhares, realidades e modos de
viver, ler e sentir.
8. As
bibliotecas escolares são, igualmente, um espaço performativo de
fruição estética e expressão cultural, onde se pode participar em
atividades festivas, eventos artísticos e experiências vivas de leitura
explorando a dimensão ostensiva, cénica e pragmática da leitura e dos
textos
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