segunda-feira, 16 de maio de 2011

Prémio Camões 2011

O escritor português Manuel António Pina é o vencedor do Prémio Camões 2011, o mais importante galardão de língua portuguesa.
Poeta, autor de livros para crianças e cronista, Manuel António Pina, de 67 anos, nasceu no Sabugal, é licenciado em Direito, foi jornalista e é tradutor, professor e cronista.

Instituído em 1989 por Portugal e pelo Brasil, o Prémio Camões visa distinguir um escritor cuja obra tenha contribuído para a projecção e reconhecimento da língua portuguesa.

Manuel António Pina junta-se agora ao poeta brasileiro Ferreira Gullar, distinguido no ano passado, ao escritor cabo-verdiano Arménio Vieira (2009), ao brasileiro João Ubaldo Ribeiro (2008) e ao português António Lobo Antunes (2007).
Miguel Torga foi o vencedor da primeira edição do prémio, em 1989.

Eis alguns títulos da vasta obra de Manuel António Pina:

"O país das pessoas de pernas para o ar"
"Ainda não é o fim nem o princípio do Mundo, calma é apenas um pouco tarde"
"Gigões & anantes"
"O têpluquê"
"O pássaro da cabeça"
"Os dois ladrões"
"Nenhum sítio"
"História com reis, rainhas, bobos, bombeiros e galinhas"

"Os piratas"
"Um sítio onde pousar a cabeça"

"O tesouro"
"Histórias que me contaste tu"
"Pequeno livro de desmatemática"
"Poesia reunida"

"Perguntem aos vossos gatos e aos vossos cães"
"Os livros"

E da sua última obra,"História do sábio fechado na sua biblioteca", aqui ficam as primeira linhas para aguçar o apetite.

Era uma vez um Sábio chinês que vivia há muitos anos fechado na sua Biblioteca e sabia tudo, tudo. Nada do que existia, e até do que não existia, tinha para ele segredos. Sabia quantas estrelas há no céu e quantos dias tem o mundo. Conversava com os animais e com as plantas e conhecia o passado, o presente e o futuro. Ora, como conhecia todas as coisas, a sua vida era, claro, muito triste e desinteressante. Mesmo as coisas mais misteriosas, como, por exemplo, os cortinados agitando-se com o vento, ou, à noite, os móveis rangendo como se falassem uns com os outros, não tinham para ele qualquer mistério. Até que um dia um estrangeiro bateu à porta da Biblioteca…

Sem comentários: