sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Outros tempos...outros perigos

Da autoria de Ana Saldanha, escritora presente na nossa BE com várias obras, esta narrativa tem como protagonista uma adolescente, Sofia, que vai levar o jantar à avó e que para isso resolve atravessar, não uma floresta, como no clássico Capuchinho Vermelho, mas um solitário parque e aí ficar a conversar com um estranho que tem um cão chamado Wolf. Só que, ali, o lobo é mesmo humano e Sofia fica em perigo.
São aqui abordadas temáticas do mundo de hoje, tais como a insegurança nas cidades, a pedofilia, a terceira idade.

Para pensar...

Uma brincadeira muito séria que merece reflexão!


"Chama-se livro... Não tenho a certeza onde se põem as pilhas."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cesário Verde

José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa em 25 de Fevereiro de 1855.
Matriculou-se no curso de Letras da Universidade de Lisboa, mas desistiu, indo trabalhar para a loja de ferragens que seu pai tinha na Rua dos Bacalhoeiros.
Começou a publicar poesias no Diário de Notícias, no Diário da Tarde, no Ocidente, entre outros. Adoecendo gravemente, fixou-se na quinta da família em Linda-a-Pastora. Morreu, com 31 anos, vítima de tuberculose.
Foi graças aos esforços do seu amigo Silva Pinto que as suas poesias foram postumamente publicadas em volume com o título O Livro de Cesário Verde.

De tarde

Naquele pique-nique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!

Gostaria de proporcionar-vos estas palavras na voz de João Villaret, mas o poema não está no You Tube, estão muitos outros, mas não este.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

David Mourão-Ferreira

Nasceu em Lisboa, em 24 de Fevereiro de 1927, e morreu, também nesta cidade, em 1996. Licenciou-se em Filologia Românica em Lisboa, onde chegou a ser professor catedrático, organizando e regendo, entre outras, a cadeira de Teoria da Literatura. Foi secretário de Estado da Cultura, entre 1976 e 1979; director do diário A Capital; director do Boletim Cultural do Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1984 e 1996; director da revista Colóquio/Letras; presidente da Associação Portuguesa de Escritores (1984-86) e vice-Presidente da Association Internationale des Critiques Littéraires.
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A sua obra reparte-se pela poesia, pela crítica literária, pelo ensaio, pela tradução, pelo teatro, pelo romance e também pelo jornalismo.
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A obra de David Mourão-Ferreira foi várias vezes reconhecida com prémios literários, como, por exemplo: Prémio de Poesia Delfim Guimarães, 1954, para Tempestade de Verão; Prémio Ricardo Malheiros, 1960, para Gaivotas em Terra; Prémio Nacional de Poesia, 1971, para Cancioneiro de Natal; Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários para As Quatro Estações; e, para Um Amor Feliz, os prémios de Narrativa do Pen Clube Português, D. Dinis, de Ficção do Município de Lisboa e o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Ao autor foi ainda atribuído, em 1996, o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.

As últimas vontades
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Deixa ficar a flor,
a morte na gaveta,
o tempo no degrau.
Conheces o degrau:
o sétimo degrau
depois do patamar;
o que range ao passares;
o que foi esconderijo
do maço de cigarros
fumado às escondidas...
Deixa ficar a flor.
E nem murmures. Deixa
o tempo no degrau,
a morte na gaveta.
Conheces a gaveta:
a primeira da esquerda,
que se mantém fechada.
Quem atirou a chave
pela janela fora?
Na batalha do ódio,
destruam-se, fechados,
sem tréguas, os retratos!
Deixa ficar a flor.
A flor? Não a conheces.
Bem sei. Nem eu. Ninguém.
Deixa ficar a flor.
Não digas nada. Ouve.
Não ouves o degrau?
Quem sobe agora a escada?
Como vem devagar!
Tão devagar que sobe...
Não digas nada. Ouve:
é com certeza alguém,
alguém que traz a chave.
Deixa ficar a flor.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dia Internacional da Língua Materna

Celebra-se a 21 de Fevereiro o Dia Internacional da Língua Materna que foi proclamado pela Conferência Internacional da UNESCO com o objectivo de promover a diversidade linguística e cultural e o plurilinguismo.

Serão quase 6000 as línguas faladas no mundo, mas alguns dados são particularmente preocupantes: entre as 6 mil línguas existentes no mundo, mais de 200 extinguiram-se no decorrer das últimas três gerações, 538 estão em situação crítica, 502 seriamente ameaçadas, 632 sob ameaça e 607 em estado de vulnerabilidade.

Estes e outros dados podem ser obtidos no Atlas UNESCO das Línguas em Perigo no Mundo http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?pg=00206 que revela, por exemplo, que 199 línguas contam com menos de 10 falantes e que em outras 178, o número de falantes oscila entre 10 e 50.
Em relação às línguas desaparecidas recentemente, o Atlas cita, como exemplos, o manês, da ilha de Man, extinto en 1974 com a morte de Ned Maddrell; o aasax, da Tanzânia, extinto en 1976; o ubykh, da Turquia, extinto em 1992, com o falecimento de Tevfik Esenç; o eyak, do Alaska (EUA), desaparecido em 2008 com a morte de Marie Smith Jones.
Sempre que se extingue um idioma desaparece uma forma de falar, de ouvir, de pensar e de representar o universo por parte do Homem.

Recordemos as palavras do Director Geral da Unesco, Koitiro Matūra: «As Línguas Maternas são únicas porque marcam os seres humanos desde o seu nascimento, dando­‑lhes sobre o mundo um olhar singular que nunca se extingue, independentemente do número de línguas que se venha a adquirir posteriormente. Aprender línguas de outros é uma maneira de percepcionar o mundo de diferentes formas, fazer­‑lhe outras aproximações.»

Em Portugal…
A língua mirandesa, ou mirandês, é um dialecto do asturiano, com o estatuto de língua oficial em Portugal. É falada por quinze mil pessoas no concelho de Miranda do Douro e em três aldeias do concelho de Vimioso, estendendo-se a sua influência por outras aldeias dos concelhos deVimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Bragança.
O mirandês tem três dialectos (central ou normal, setentrional ou raiano, meridional ou sendinês) e os seus falantes são em maior parte bilingues ou trilingues, pois falam o mirandês e o português, e por vezes o castelhano.
Os textos recolhidos em mirandês mostram a envolvência de traços fonéticos, sintácticos ou vocabulares das diferentes línguas; o português é mais cantado pelos mirandenses, porque é considerado língua culta, fidalga, importante.
O mirandês é ameaçado actualmente pelo desenvolvimento, a vida moderna, a televisão, e as pressões do português e do castelhano. Em sua defesa, foram tomadas as medidas:
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- ensino em mirandês, como opção, nas escolas do ensino básico do concelho de Miranda do Douro, desde 1986/1987, por autorização ministerial de 9 de Setembrode 1985;
- publicação de livros sobre e em mirandês, pela Câmara Municipal de Miranda do Douro;
- realização anual de um festival da canção e de um concurso literário, pela Câmara Municipal;
-uso do mirandês em festas e celebrações da cidade e, ocasionalmente, nos meios de comunicação social;
- publicação de dois volumes da série de banda desenhada Asterix;
- tradução de todas as placas toponímicas da cidade de Miranda do Douro, efectuada em 2006 pela Câmara Municipal;
- estudo por centros de investigação portugueses como o centro de linguística da Universidade de Lisboa com o projecto "Atlas Linguístico de Portugal", e a Universidade de Coimbra, com o "Inquérito Linguístico Bolêo".
- criação de uma Wikipédia em Mirandês, a Biquipédia;
- disponibilização de sítios em Mirandês, entre eles hi5, Photoblog e WordPress em Mirandês.
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Alguns provérbios mirandeses:
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A quien pineira i amassa nun le fura la fogaça
Las forfalhicas de un cerron pa la tarde buônas son
Mais bale um paixarico na mano que dous a bolar.
Pan i bino, anda camino.
Quien cuônta un cuônto acrecénta-l’ un puônto
Cesteiro que fai un cesto fai un ci~ento, dando-le berga i tiêmpo

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Geração Copy/Paste

Há umas semanas atrás, a revista Domingo Magazine (suplemento do Diário do Notícias) deu destaque à questão da literacia da informação num artigo intitulado Geração Copy/Paste.
Dele constavam algumas das conclusões de um estudo em Ciência da Informação, A Literacia informacional no Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES): estudo da situação das competências da informação em Portugal, coordenado por Armando Malheiro, da Universidade do Porto.
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Aqui ficam alguns dados:

- Os jovens de hoje são exímios utilizadores dos computadores e da internet mas nem por isso são gente mais informada. Pelo contrário. Apesar de 99 por cento deles possuírem e manipularem as novas tecnologias, manifestam uma confrangedora incompetência ao nível da pesquisa, selecção, tratamento e transformação da informação que seleccionam;

- A pesquisa mostra que ao excelente apetrechamento e manuseamento tecnológico dos jovens não se alia um bom desempenho das competências e capacidade na busca e uso da informação no quadro definido pelo Espaço Europeu de Ensino Superior (EEES) e da sociedade da informação/conhecimento;

Citando Armando Malheiro:
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Procurámos alargar o conceito de literacia no sentido de perceber não apenas como é que as pessoas buscam informação, mas também o tipo de necessidades que as levam a procurá-la e o modo como elas se relacionam com o meio envolvente, nomeadamente, a escola e a família. Saber que atenção é dada nas universidades – e se ela foi, ou não, já prestada no secundário – ao processo de busca, selecção, uso e transformação eficiente de fontes de informação diversas é a grande questão colocada pela pesquisa.

Ficam satisfeitos com os primeiros resultados das buscas. Manifestam uma postura acrítica das fontes e dos resultados obtidos, observa o investigador, apontando uma eventual explicação para Sentem-se auto-suficientes porque dominam o acesso e as condições de acesso tecnológico. A possibilidade e facilidade de acederem como e sempre que quiserem a um manancial gigantesco de dados parece conferir aos jovens um forte sentimento de apropriação da informação, libertando-os das tarefas mais duras de aquisição do conhecimento.
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Bibliotecários, professores bibliotecários, professores, pais e outros que lidam com jovens eos acompanham não terão ficado surpreendidos com estes resultados inscrevendo essa preocupação, no caso das escolas, nos projectos educativos como uma das áreas de intervenção e ocupando lugar de destaque nos planos de acção das bibliotecas escolares. Ganhas que estão as competências informáticas e digitais, é agora a designada competência informacional que se constitui como desafio.
A constatação de que Nunca tanta informação produziu tão pouco conhecimento exige que cada um de nós sinta este desafio como seu.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A escritora veio à escola e … encantou!

No dia 8 de Fevereiro, Luísa Ducla Soares esteve na EB 2, 3 de D. Fernando II e passámos uma tarde fantástica!
Depois de algumas perguntas feitas à escritora e de esta relatar alguns episódios da sua vida e de contactos com crianças e jovens, o 6º A declamou alguns poemas da escritora, e também “umas rimas” feitas pela professora Ana Paula Miranda, com acompanhamento musical de dois alunos da turma, surpreendeu-a com três diferentes desfechos para a história de “O Rapaz e o Robô” e ainda lhe apresentou uma capa diferente para a mesma obra que os inspirou a criar um Jogo da Glória que está na BECRE.
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Antes da sessão de autógrafos, o 6º A ainda fez um desafio a Luísa Ducla Soares:

Por favor, escreva-nos um texto bem à sua maneira sempre original. Pedimos que comece com a frase O rato Ratão roía tantas palavras que parecia ir ter uma indigestão e terminasse E foi a grande surpresa na biblioteca!
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Luísa Ducla Soares prometeu enviar-nos em breve a história.

Foi um dia especial e, antes de partir, Luísa Ducla Soares assinou o Livro de Honra da BECRE onde nos deixou esta belíssima mensagem:

Há sempre um livro à vossa espera. O importante é descobri-lo.
Aqui deixo um grande abraço de amizade aos alunos e professores desta escola onde tanto gostei de vir.

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Obrigada, Luísa Ducla Soares.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dia Internacional Contra a Utilização de Crianças-Soldados

12 de Fevereiro é o Dia Internacional Contra a Utilização de Crianças-Soldados

Ainda que o número de crianças-soldados tenha diminuído nos últimos anos, estima-se que ainda existam 250 mil menores de idade envolvidos em conflitos em todo o mundo. Pelo menos 24 países e territórios empregam dezenas de milhares de crianças nos seus exércitos e em grupos armados.

As crianças-soldados continuam a ser usadas como combatentes, mensageiros, trabalhadores domésticos e escravos sexuais nos quatro continentes, sofrendo e testemunhando não só maus tratos físicos, mas também emocionais, como a morte violenta dos seus pais ou de parentes próximos, separação das suas famílias, actos de tortura e o abandono das suas casas e comunidade.

«As crianças-soldados são ideais porque não protestam, não esperam ser pagos e se os mandam que matem, eles matam», constata um oficial do Exército Nacional do Chade à organização Human Right Watch (HRW) que, precisamente há um ano atrás, lançou a campanha Mãos Vermelhas pedindo aos países e à ONU que aumentassem os seus esforços para acabar com a utilização de crianças-soldado em conflitos e lembrando o tratado ratificado por 126 países, que proíbe o recrutamento e o uso forçado de menores de 18 anos em conflitos armados.

Os números chocantes desta tragédia:

- cerca de 20 milhões de crianças foram forçadas a abandonar as suas casas e a procurar protecção em países vizinhos ou em outros locais no seu país devido aos conflitos e às violações de direitos humanos;
- mais de 2 milhões de crianças morreram em resultado directo de conflitos armados ao longo da última década;
- pelo menos 6 milhões de crianças sofreram ferimentos que as deixaram permanentemente marcadas;
- mais de 1 milhão ficou órfão ou separado das suas famílias;
-todos os anos, entre 8 000 e 10 000 crianças são mortas ou mutiladas em consequência da explosão de minas.

A tragédia de duas crianças nestas imagens:
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Em Uma Longa Caminhada: Memórias de Um Menino Soldado, Ishmael Beah, hoje com vinte e sete anos, conta-nos a sua história: com doze anos, fugiu a um ataque de rebeldes e vagueou por um país tornado irreconhecível pela violência. Com treze, foi recrutado pelo exército do governo e, embora no seu íntimo fosse um rapaz meigo, descobriu que era capaz de actos verdadeiramente terríveis. Com dezasseis anos, foi afastado dos combates pela UNICEF e, com a ajuda dos funcionários do centro de reabilitação aprendeu a perdoar-se, a recuperar a sua humanidade e, por fim, a sarar.
Um testemunho assustador e comovente!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Agostinho da Silva

"Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar a mim não teríamos talvez dois corpos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem."
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in Cartas a um jovem filósofo
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Palavras de Agostinho da Silva, professor, filósofo, investigador e escritor nascido a 13 de Fevereiro de 1906 no Porto.
Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto tirou o curso de Filologia Clássica com 20 valores. Fez o doutoramento - O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas - com o «maior louvor». Uma bolsa de estudo levou-o então até à Sorbonne.
De regresso a Portugal, foi professor no liceu José Estêvão em Aveiro, em 1933. Entusiasta, empenhou-se sempre muito para além das funções que lhe eram exigidas. Criou, por exemplo, uma caixa de apoio aos estudantes mais pobres, desenvolvendo ainda outras acções «incómodas» aos olhos do Estado Novo.
Apenas dois anos depois de entrar para o ensino público, é exonerado por se recusar a assinar a Lei Cabral (obrigatória para os funcionários públicos). Um documento onde tinha que jurar não pertencer a nenhuma sociedade secreta. Apesar de não pertencer a nenhuma organização desse género, Agostinho da Silva recusou-se a assinar tal documento.
Agostinho da Silva começou a dar aulas no ensino privado e explicações particulares. Mário Soares e Lagoa Henriques foram alguns dos seus alunos.
Em 1944, abandonou Portugal para se fixar no Brasil, país onde desempenhou funções e ocupou cargos importantes no domínio da investigação histórica.
Em 1976, Agostinho da Silva, com naturalidade brasileira há mais de vinte anos, decidiu voltar a Portugal, falecendo em Lisboa no dia 3 de Abril de 1994.
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“Os povos serão cultos na medida em que entre eles crescer o número dos que se negam a aceitar qualquer benefício dos que podem; dos que se mantêm sempre vigilantes em defesa dos oprimidos não porque tenham este ou aquele credo político, mas por isso mesmo, porque são oprimidos e neles se quebram as leis da Humanidade e da razão; dos que se levantam, sinceros e corajosos, ante as ordens injustas, não também porque saem de um dos campos em luta, mas por serem injustas; dos que acima de tudo defendem o direito de pensar e de ser digno.”
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in Diário de Alcestes

A escritora vem à escola!

No próximo dia 8 de Fevereiro, vamos ter Luísa Ducla Soares na nossa biblioteca! A recebê-la vão estar, entre outros, os alunos do 6º A que têm estado a preparar com entusisamo este encontro.
Luísa Ducla Soares nasceu em Lisboa a 20 de Julho de 1939. É licenciada em Filologia Germânica.
Iniciou a sua actividade profissional como tradutora, consultora literária e jornalista, tendo sido directora da revista de divulgação cultural Vida (1971-72).
Foi Adjunta do Gabinete do Ministro da Educação (1976-78).
Trabalha desde 1979 na Biblioteca Nacional onde é assessora principal e responsável pela Área de Informação Bibliográfica.
Colaboradora de diversos jornais e revistas, estreou-se com um livro de poemas, Contrato , em 1970.
Dedicada especialmente à literatura para crianças e jovens , tem uma vasta obra publicada: O Rapaz e o Robô, Seis Histórias às Avessas, O Diário de Sofia & Cª, Poemas da Mentira e da Verdade, A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas, O Rapaz que tinha zero a Matemática, Crime no Expresso do Tempo, entre muitos, muitos outros.
Escreveu 26 guiões televisivos que constituem a série sobre língua portuguesa Alhos e Bugalhos.
Realizou o Site da Internet da Presidência da República para crianças e jovens (http://www.presidenciarepublica.pt/pt/main.html).
Tem escrito poemas para canções, tendo sido editado em 1999 um CD com letras exclusivamente de sua autoria musicadas por Suzana Ralha. Intitula-se 25 por ser constituído por 25 canções e se integrar na comemoração dos 25 anos da Revolução de 25 de Abril.
Recusou, por motivos políticos, o Grande Prémio de Literatura Infantil que o SNI pretendeu atribuir-lhe pelo livro História da Papoila em 1973. Recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian para o melhor livro do biénio 1984-55 por 6 Histórias de Encantar e foi galardoada com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian pelo conjunto da sua obra em 1996.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Saber dizer "não"

Não há regras universais, nem receitas mágicas mas existem princípios básicos que nos podem ajudar na difícil, complexa e maravilhosa tarefa que é educar. É fundamental criar normas básicas que ajudem o nosso filho ou educando a conseguir a estabilidade, tranquilidade e segurança necessárias para o desenvolvimento correcto enquanto pessoa. Para a psicóloga María Jesús Álava Reyes, autora best-seller em Portugal, o não dito com segurança e convicção também ajuda a crescer.
Esta psicóloga com mais de 20 anos de experiência no trabalho directo com crianças, garante-nos que não temos de ser amigos dos nossos filhos, que não devemos comprá-los com presentes, ou protegê-los em excesso, fechar os olhos ou negar evidências. É fundamental assumirmos o nosso papel de educadores e estarmos à altura do desafio.
Neste livro encontra casos reais de famílias e crianças com problemas, sugestões de actuação e as regras de ouro que ajudam a melhorar a relação entre crianças e pais, como por exemplo, a ideia de que é fundamental sermos mais perseverantes que elas, que os discursos longos de pouco ou nada servem porque as crianças não reagem perante as nossas palavras, mas perante os nossos actos, que é fundamental pai, mãe e restante família estarem unidos nos critérios de educação e agirem com segurança.