Celebra-se a 21 de Fevereiro o Dia Internacional da Língua Materna que foi proclamado pela Conferência Internacional da UNESCO com o objectivo de promover a diversidade linguística e cultural e o plurilinguismo.
Serão quase 6000 as línguas faladas no mundo, mas alguns dados são particularmente preocupantes: entre as 6 mil línguas existentes no mundo, mais de 200 extinguiram-se no decorrer das últimas três gerações, 538 estão em situação crítica, 502 seriamente ameaçadas, 632 sob ameaça e 607 em estado de vulnerabilidade.
Estes e outros dados podem ser obtidos no Atlas UNESCO das Línguas em Perigo no Mundo http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?pg=00206 que revela, por exemplo, que 199 línguas contam com menos de 10 falantes e que em outras 178, o número de falantes oscila entre 10 e 50.
Em relação às línguas desaparecidas recentemente, o Atlas cita, como exemplos, o manês, da ilha de Man, extinto en 1974 com a morte de Ned Maddrell; o aasax, da Tanzânia, extinto en 1976; o ubykh, da Turquia, extinto em 1992, com o falecimento de Tevfik Esenç; o eyak, do Alaska (EUA), desaparecido em 2008 com a morte de Marie Smith Jones.
Sempre que se extingue um idioma desaparece uma forma de falar, de ouvir, de pensar e de representar o universo por parte do Homem.
Recordemos as palavras do Director Geral da Unesco, Koitiro Matūra: «As Línguas Maternas são únicas porque marcam os seres humanos desde o seu nascimento, dando‑lhes sobre o mundo um olhar singular que nunca se extingue, independentemente do número de línguas que se venha a adquirir posteriormente. Aprender línguas de outros é uma maneira de percepcionar o mundo de diferentes formas, fazer‑lhe outras aproximações.»
Em Portugal…
A língua mirandesa, ou mirandês, é um dialecto do asturiano, com o estatuto de língua oficial em Portugal. É falada por quinze mil pessoas no concelho de Miranda do Douro e em três aldeias do concelho de Vimioso, estendendo-se a sua influência por outras aldeias dos concelhos deVimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Bragança.
O mirandês tem três dialectos (central ou normal, setentrional ou raiano, meridional ou sendinês) e os seus falantes são em maior parte bilingues ou trilingues, pois falam o mirandês e o português, e por vezes o castelhano.
Os textos recolhidos em mirandês mostram a envolvência de traços fonéticos, sintácticos ou vocabulares das diferentes línguas; o português é mais cantado pelos mirandenses, porque é considerado língua culta, fidalga, importante.
O mirandês é ameaçado actualmente pelo desenvolvimento, a vida moderna, a televisão, e as pressões do português e do castelhano. Em sua defesa, foram tomadas as medidas:
Serão quase 6000 as línguas faladas no mundo, mas alguns dados são particularmente preocupantes: entre as 6 mil línguas existentes no mundo, mais de 200 extinguiram-se no decorrer das últimas três gerações, 538 estão em situação crítica, 502 seriamente ameaçadas, 632 sob ameaça e 607 em estado de vulnerabilidade.
Estes e outros dados podem ser obtidos no Atlas UNESCO das Línguas em Perigo no Mundo http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?pg=00206 que revela, por exemplo, que 199 línguas contam com menos de 10 falantes e que em outras 178, o número de falantes oscila entre 10 e 50.
Em relação às línguas desaparecidas recentemente, o Atlas cita, como exemplos, o manês, da ilha de Man, extinto en 1974 com a morte de Ned Maddrell; o aasax, da Tanzânia, extinto en 1976; o ubykh, da Turquia, extinto em 1992, com o falecimento de Tevfik Esenç; o eyak, do Alaska (EUA), desaparecido em 2008 com a morte de Marie Smith Jones.
Sempre que se extingue um idioma desaparece uma forma de falar, de ouvir, de pensar e de representar o universo por parte do Homem.
Recordemos as palavras do Director Geral da Unesco, Koitiro Matūra: «As Línguas Maternas são únicas porque marcam os seres humanos desde o seu nascimento, dando‑lhes sobre o mundo um olhar singular que nunca se extingue, independentemente do número de línguas que se venha a adquirir posteriormente. Aprender línguas de outros é uma maneira de percepcionar o mundo de diferentes formas, fazer‑lhe outras aproximações.»
Em Portugal…
A língua mirandesa, ou mirandês, é um dialecto do asturiano, com o estatuto de língua oficial em Portugal. É falada por quinze mil pessoas no concelho de Miranda do Douro e em três aldeias do concelho de Vimioso, estendendo-se a sua influência por outras aldeias dos concelhos deVimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Bragança.
O mirandês tem três dialectos (central ou normal, setentrional ou raiano, meridional ou sendinês) e os seus falantes são em maior parte bilingues ou trilingues, pois falam o mirandês e o português, e por vezes o castelhano.
Os textos recolhidos em mirandês mostram a envolvência de traços fonéticos, sintácticos ou vocabulares das diferentes línguas; o português é mais cantado pelos mirandenses, porque é considerado língua culta, fidalga, importante.
O mirandês é ameaçado actualmente pelo desenvolvimento, a vida moderna, a televisão, e as pressões do português e do castelhano. Em sua defesa, foram tomadas as medidas:
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- ensino em mirandês, como opção, nas escolas do ensino básico do concelho de Miranda do Douro, desde 1986/1987, por autorização ministerial de 9 de Setembrode 1985;
- publicação de livros sobre e em mirandês, pela Câmara Municipal de Miranda do Douro;
- realização anual de um festival da canção e de um concurso literário, pela Câmara Municipal;
-uso do mirandês em festas e celebrações da cidade e, ocasionalmente, nos meios de comunicação social;
- publicação de dois volumes da série de banda desenhada Asterix;
- tradução de todas as placas toponímicas da cidade de Miranda do Douro, efectuada em 2006 pela Câmara Municipal;
- estudo por centros de investigação portugueses como o centro de linguística da Universidade de Lisboa com o projecto "Atlas Linguístico de Portugal", e a Universidade de Coimbra, com o "Inquérito Linguístico Bolêo".
- criação de uma Wikipédia em Mirandês, a Biquipédia;
- disponibilização de sítios em Mirandês, entre eles hi5, Photoblog e WordPress em Mirandês.
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- ensino em mirandês, como opção, nas escolas do ensino básico do concelho de Miranda do Douro, desde 1986/1987, por autorização ministerial de 9 de Setembrode 1985;
- publicação de livros sobre e em mirandês, pela Câmara Municipal de Miranda do Douro;
- realização anual de um festival da canção e de um concurso literário, pela Câmara Municipal;
-uso do mirandês em festas e celebrações da cidade e, ocasionalmente, nos meios de comunicação social;
- publicação de dois volumes da série de banda desenhada Asterix;
- tradução de todas as placas toponímicas da cidade de Miranda do Douro, efectuada em 2006 pela Câmara Municipal;
- estudo por centros de investigação portugueses como o centro de linguística da Universidade de Lisboa com o projecto "Atlas Linguístico de Portugal", e a Universidade de Coimbra, com o "Inquérito Linguístico Bolêo".
- criação de uma Wikipédia em Mirandês, a Biquipédia;
- disponibilização de sítios em Mirandês, entre eles hi5, Photoblog e WordPress em Mirandês.
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Alguns provérbios mirandeses:
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A quien pineira i amassa nun le fura la fogaça
Las forfalhicas de un cerron pa la tarde buônas son
Mais bale um paixarico na mano que dous a bolar.
Pan i bino, anda camino.
Quien cuônta un cuônto acrecénta-l’ un puônto
Cesteiro que fai un cesto fai un ci~ento, dando-le berga i tiêmpo
A quien pineira i amassa nun le fura la fogaça
Las forfalhicas de un cerron pa la tarde buônas son
Mais bale um paixarico na mano que dous a bolar.
Pan i bino, anda camino.
Quien cuônta un cuônto acrecénta-l’ un puônto
Cesteiro que fai un cesto fai un ci~ento, dando-le berga i tiêmpo
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