Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
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Pablo Neruda
Pablo Neruda
6 comentários:
É tão difícil não se transformar em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos,...
A rotina absorve cada um de nós e, por vezes, até nos sentimos confortáveis desse modo! Os amigos e as pequenas aventurar de cada dia são óptimas para quebrar essa mesma rotina, certo?!
Beijinhos, Cita
Gostei tanto do texto e da ideia que vou "copiar" e divulgar no meu blogue.
É tão bom começar o dia com este tipo de leitura.
O dia vai correr melhor com toda a certeza! Obrigada amiga por nos alimentares a alma.
Lindo simplesmente lindo
Lindo
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